A demanda aumentou 40% em apenas um ano e acelera para o futuro. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica, mais de 70% da energia prevista para entrar em operação nos próximos anos virá de placas solares.
A capacidade de geração de energia solar no Brasil chegou ao mesmo patamar das usinas eólicas e a previsão é de mais crescimento este ano.
Na casa da engenheira de produção Beatriz Navegantes, na Zona Oeste do Rio, a conta de luz ia nas alturas por causa do ar condicionado, e verão era sinônimo de briga.
“A gente tinha duas opções. Ou a gente tinha que dormir no calor para a conta de luz não vir altíssima ou a gente pagava uma nota de conta de luz que, às vezes, nos meses mais quentes, chegava a R$ 1 mil e pouco, o que não é viável nos dias atuais”, conta.
Dois meses atrás, a família instalou painéis solares no telhado da casa e, em dezembro, a fatura já chegou com R$ 719 de desconto.
“Estou muito feliz. Tem menos discussões em casa, com pai falando ‘economiza’, ‘não liga o ar’, ‘faz isso’, ‘faz aquilo’. E o dia a dia está bem mais tranquilo e as noites bem dormidas”, afirma.
O Brasil vive uma espécie de revolução nos telhados. Nos últimos anos, a instalação de placas fotovoltaicas vem transformando a matriz energética do país.
O investimento feito em uma casa de festas ajuda a entender o fenômeno. Em maio do ano passado, painéis foram instalados ao custo de R$ 220 mil. Em apenas sete meses, a empresa já economizou R$ 54 mil reais. O responsável pela instalação diz que o investimento tem retorno em três ou quatro anos.
“Não tem obra; a gente evita quebrar parede, fazer qualquer tipo de obra civil. A instalação é muito simples. A gente instala a estrutura por cima do telhado – é uma estrutura específica para isso -, então a gente consegue, com uma obra bem limpa, bem fácil e rápida de concluir”, explica Pedro Jacques, diretor-presidente da Solar On.
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Uma empresa instala, em média, cinco sistemas fotovoltaicos por dia no Rio de Janeiro, uma demanda que aumentou 40% só no último ano e que aponta para o futuro. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica, mais de 70% da energia prevista para entrar em operação nos próximos anos virá de placas solares.
As usinas hidrelétricas continuam sendo a principal fonte de energia do país, mas a fonte solar avança rapidamente e já está no mesmo patamar da energia eólica que, até o ano passado, ocupava sozinha o segundo lugar.
As projeções, no entanto, indicam que a energia solar vai crescer 40% em 2023, ampliando a participação da energia limpa no país.
“A gente está projetando, até o final do ano, 34 GW, superando duas vezes a segunda maior hidrelétrica do mundo, que é Itaipu Binacional. Seria possível o nosso país, até 2030, ser uma das primeiras nações do mundo a se tornar 100% limpa e sustentável na sua matriz elétrica. Então, esse é um desafio e uma recomendação que a gente coloca para o governo federal avaliar”, fala Rodrigo Sauaia, presidente-executivo da Absolar.
“Acabei de me formar agora em engenharia de produção. A gente estuda muito isso, da energia limpa, energia sustentável, o quanto isso traz de melhorias para o nosso planeta. Então, começar no quintal de casa é a melhor forma da gente dissipar isso pelo restante da população”, acredita Beatriz.
Fonte: Jornal Nacional